Aprender brincando – um caminho a ser trilhado na Educação 

Propor uma partida de futebol, uma tarde num parquinho ou uma rodada de pique-esconde é uma maneira certeira de conquistar uma criança. Afinal, quem não gosta de uma boa brincadeira? E essa lógica pode e deve ser levada para a educação infantil. Mas essa não é a realidade em algumas instituições de ensino. Pesquisas mostram que, ainda hoje, prevalece a indiferença de alguns educadores pelo uso do lúdico no ensino de crianças nas escolas. Para alguns, o brincar não é tratado como uma atividade séria, que se enquadre nos padrões de ensino, uma vez que a escola prioriza a disciplina e o silêncio, a obediência ao professor e a passividade em sala de aula, para que não se perca a concentração.

 

Brincadeira traz resultados positivos

O excesso de rigidez, no entanto, contraria grande parcela de educadores, como a escritora Santa Marli Pires Santos, que defende a importância da ludicidade e entende a criança como um ser ativo e social. A autora propõe em um de seus livros, “O Brincar na Escola”, uma reflexão sobre a forma de tratar a ludicidade em sala de aula. Ela aponta para a possibilidade de transformar os jogos em estratégia psicopedagógica.

A pedagoga Ingrid Merkler Moraes fala, em sua tese de mestrado no Centro Universitário Salesiano de São Paulo, que a ludicidade é um assunto que tem conquistado grande espaço, principalmente na educação infantil, por ser o jogo, a brincadeira e o brinquedo elementos essenciais da infância. O uso deles permite um trabalho pedagógico que possibilita a construção do conhecimento e do desenvolvimento infantil. Unidos à ludicidade estão presentes os elementos psicomotores, ainda que sem ser nomeados ou percebidos pela criança. São adquiridos pelo simples ato e prazer de brincar, diz a pesquisadora, que completa o pensar pedagógico, visto que a criança aprende e se desenvolve física, mentalmente e emocionalmente enquanto brinca.

 

Exemplo na rede pública 

A Secretaria municipal de Educação de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, usa o lúdico como recurso pedagógico, parte fundamental do processo de aprendizagem. Neste momento, por exemplo, todas as unidades da rede municipal de ensino estão mobilizadas na Semana da Educação Especial Inclusiva, com jogos, brincadeiras e atividades esportivas para crianças com deficiência.

“Os benefícios das brincadeiras e jogos no processo de aprendizagem são inegáveis. E nós comprovamos isso na prática. Muitas destas crianças com deficiência chegam na escola com sérias dificuldades de socialização e, através da brincadeira, despertam o interesse para o aprendizado. Além disso, aprendem a respeitar regras, a ampliar o raciocínio, a sociabilidade e a criatividade”, garante o secretário de Educação, Bruno Correia.

 

10 brincadeiras para fazer na sua escola (fonte: pedagoga Jussara de Barros/Brasil Escola)

Caixa de Sensações: o professor pode encapar uma caixa de tênis fazendo um furo em forma de círculo, com dez centímetros de diâmetro. O professor deverá organizar materiais como retalhos, flocos de algodão, pedaços de lixa, tampinhas, caixinhas e outros objetos e ir colocando-os por uma das extremidades, a fim de que a criança, com a mão do outro lado, identifique o material.

Caminho Colorido: com folhas de papel pardo, faça um caminho para que as crianças carimbem os pés, com tintas coloridas. É uma atividade que envolve muito as crianças, e as deixam muito felizes.

Toca do Coelho: Dispor bambolês no pátio da escola de forma que fiquem duas crianças em cada um e que sobre uma fora do bambolê. Ao sinal do professor, as crianças deverão trocar de toca, entrando duas em cada um. Sempre sobrará uma criança fora da toca.

De onde vem o cheiro? A professora irá passar perfume em um paninho e o esconderá na sala, num lugar fácil, onde os alunos deverão descobrir de onde vem o cheiro.

Dentro e Fora: Fazer uma forma geométrica bem grande no chão e pedir que as crianças entrem na delimitação desse espaço. Se quiser o professor poderá fazer outra forma dentro da que já fez onde irá pedir que os alunos adentrem também, explorando ainda que se a forma é pequena eles irão ficar apertados.

Arremesso: O professor fará uma linha no chão, usando fita crepe e as crianças deverão arremessar garrafinhas plásticas cheias de areia, para frente. O professor irá medir as distâncias e verificar quem conseguiu arremessar mais longe. Depois, em sala de aula, poderá fazer um gráfico explicativo.

Pneus: Esses podem ser usados para várias brincadeiras, como pular dentro e fora, se equilibrar andando sobre a parte de sua lateral ou ainda quem consegue rolar o pneu de um determinado lugar até outro sem deixá-lo cair.

Que som é esse?: Com faixas de tnt preto, vendar os olhos dos alunos e fazer diferentes barulhos usando instrumentos musicais, latas, brinquedos, etc., a fim de que as crianças identifiquem os mesmos.

Caixa Surpresa: Com uma caixa de papelão encapada, o professor irá mandar para a casa de um aluno a fim de que os pais enviem algum material que possa ser descoberto pelas crianças. O professor vai fazendo descrições do material, até que as crianças descubram o que é.

Pega-Pega Diferente: Dividir a turma em dois grupos e identificá-los com lenços ou fitas de cores diferentes. Após o sinal do professor os grupos deverão pegar uns aos outros e a criança pega deverá ficar num espaço delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais pessoas que não foram pegas.

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