Volta às aulas em meio à pandemia

Máscara, álcool em gel, medidor de temperatura na entrada da escola, carteiras distanciadas, janelas abertas, ambientes higienizados… esses cuidados, adquiridos com a pandemia de Covid-19, continuarão na rotina das escolas na volta às aulas, prevista para fevereiro.

Só que com a nova onda de contaminação em quase todos os estados brasileiros, as escolas estão divididas sobre a modalidade de retorno. A maioria pretende conciliar os formatos presencial e online.

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Pensar num plano B

O cenário de crise é instável e, infelizmente, cada passo precisa ser pensado, tendo sempre um plano B para o caso de suspensão total das aulas presenciais.

Fabiane Martins, professora de Educação Infantil do Colégio Andrews, na Zona Sul do Rio de Janeiro, lembra que, diante do cenário de incertezas, o educador tem que pensar numa flexibilidade do planejamento.

“Pensar numa forma de poder tocar as aulas tanto no remoto, como no presencial. Você tem que ter isso em mente. O que você planejou não pode estar cristalizado, tem que ter flexibilização. Para os responsáveis, o principal é confiar na instituição de ensino que escolheu para o seu filho e acreditar que o colégio vai tomar a melhor decisão possível para o aluno. Confiar e estabelecer esse diálogo de transparência entre família e instituição”, opina.

Expectativa e consciência

Mariana Lema tem 9 anos e está indo para o 4º ano do ensino fundamental do colégio Martinsinho, na Zona Norte do Rio. A turma foi dividida em dois grupos para alternar as aulas presenciais e online. Ela voltaria para a escola na próxima terça, mas a mãe recebeu um e-mail, nesta sexta (29), comunicando que a modalidade presencial foi suspensa em cumprimento à Resolução N° 1536, publicada pelo Governo do Estado, que veda “o funcionamento das escolas nos municípios assinalados com as Bandeiras Vermelha e Roxa, conforme a classificação de risco da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

Com muita expectativa para rever os amigos, Mariana vai ter que esperar, mas já tem na ponta da língua o que será necessário quando a volta para a escola estiver novamente liberada. “No começo do ano, minha escola me dá a máscara e o faceshield. Aí a minha mãe comprou um álcool que tem uma correntinha para prender na mochila. E quando eu for para a escola, vou usar isso tudo e tomar todos os cuidados para me proteger”, conta a menina.

Retorno envolve construção de afeto

A diretora-adjunta da Escola Municipal Leonor Posada, Juliana Cordeiro, explica que a retomada escolar de forma remota e/ou presencial, de acordo com a bandeira de controle do comitê científico de cada cidade, é uma questão pontual envolvendo uma ampla abordagem em relação à saúde mental da criança, no aspecto da interação e da troca que se estabelece a construção de afeto e de aprendizagem.

“Também é relevante a questão da segurança alimentar, tal como a necessidade de interação e diálogo que se destina o espaço escolar. Contudo, todo esse movimento de retomada do processo escolar presencial pressupõe um respeito muito grande às regras de ouro da vigilância sanitária, envolvendo distanciamento, higiene contínua, novos hábitos de comportamento, logo, evitando o compartilhamento de material e mantendo o uso contínuo de máscara. Portanto, o público do universo da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, inspira maiores cuidados, atenção, respeito e monitoramento por parte da parceria consciente do papel da família, chave principal neste processo de adaptação social ao novo normal, mediante o contexto de que ainda não há vacina para todos”, continua.

Juliana conta que, na sua escola, o retorno ocorrerá de forma facultativa, estabelecendo o rodízio e a redução do número de alunos por turma, como tal a permanência dos mesmos no estabelecimento escolar de forma alternada, até três horas de duração diária.

Para a gestora, no entanto, é um desafio a volta sem a vacina para um amplo contingente dos segmentos da sociedade, com a circulação do vírus ativo e suas variantes. “A vida, porém, continua seguindo um novo formato de regras sociais do protocolo de vigilância sanitária, respeitando a manutenção da vida e o estudo da Ciência como referência e parâmetro de medida e de tomada de decisões”, conclui.

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