Uma história é inspiração. Uma história é dar vida a um pensamento. É dar vida a imaginação, aos sonhos. É lutar pelo o que acredita e deseja, deixando de lado os medos, angustias e aflições.
O livro \”Do picadeiro ao céu\” de Fabiana Guimarães resgata a magia do circo e mostra a determinação e força de Salvelina para realizar seus sonhos, cuidar de quem ama e fazer o que mais gosta: se apresentar no circo.
A magia do circo e a magia da família são algumas das lições apresentadas na obra. O livro assim como a magia, flui de uma forma natural e prende o leitor ao longo das páginas ao falar de uma forma tão clara e direta sobre os sonhos de Salvelina – famosa bailarina, mestre de pista, cantora, locutora e trapezista.
A obra apresenta a Trupe do Trapim que conta tintim por tintim a história sem fim de Salvelina por tantas trilhas da vida.
Um dia Salvelina virou estrela, mas no céu foi estrear, animando o picadeiro de seu circo em qualquer tempo ou lugar.
E, sabe o que é mais curioso em toda essa história circense? Ela foi inspirada em fatos reais. Para entendermos isso, precisamos primeiros saber quem é Fabiana Guimarães.
A autora
Fabiana é cearense e iniciou sua trajetória na literatura aos 15 anos quando começou a escrever e desde então, não parou mais.
Apesar de ter iniciado a carreira escrevendo para adultos, desde 2008 ela se dedica quase que 90% para o universo dos livros infantojuvenil. Além disso, Fabiana também é poeta.
“Escrever para mim é uma das minhas missões de alma”, diz.
Além da literatura, Fabiana possui um trabalho voltado para as mulheres. O projeto tem como objetivo resgatar a voz interior, a voz essencial dessas mulheres.
A autora mora até hoje na casa onde nasceu em um sítio em Mangabeira, distrito de uma cidadezinha há 15 minutos de Fortaleza. Ela cresceu vendo os circos ficarem em um terreno na frente de casa – fato que serviu como inspiração para a obra.
A inspiração
Como mora até hoje na casa onde nasceu, Fabiana estava acostumada a ver os circos, mas houve um hiato e os circos só voltaram ao local recentemente. Ela conta que um dia acordou e viu que um circo estava chagando. Esse acontecimento inspirou a história de “Do picadeiro ao céu”.
“Eu fiquei encantada, porque era uma memória da infância. Quando eles chegaram, acompanhei todo o circo, conversei, fiz amizades e todos os dias ia conversar com eles, peguei as histórias e escrevi picadeiro”, afirma.
Os nomes dos personagens também foram inspirados nas pessoas do circo, inclusive a personagem principal, Salvelina.
“A história é real, mas Savelina já tinha morrido. Ela foi velada no picadeiro do circo. O livro é uma homenagem a Salvelina e a todos os circenses, a vida deles, a trajetória”, revela.
Mas o destino é engraçado mesmo, né? Fabiana se lembrou que conheceu Salvelina quando pequena.
“Eles vinham para cá, num pano de roda que é aquele circo sem coberta, só o rodado circulado por um pano. Quando contaram a história de Salvelina, lembrei que a conheci quando pequena. Mas quando eles retornaram, o circo já era grande e ela já tinha falecido”, conta.
Publicação e relação com a Colli Books
Para a autora, o livro passa a mensagem de resistência de Salvelina e do povo circense que dão a vida por essa arte.
O livro foi lançado pela Colli Books em 2019 e a relação de Fabiana com a editora veio após encontrar com Isa Colli, diretora da Colli no Ceará.
Elas estiveram juntas em uma roda de conversa, trocam contato e começaram a conversar.
“Um dia vi que ela estava selecionando textos para publicar e mandei alguns. Então, começamos essa trajetória maravilhosa e formamos uma amizade bacana”, diz.
Ilustrações
Um livro voltado para o público infanto-juvenil conta com um grande parceiro para dar vida a história e faze-la fluir melhor para os pequenos: as ilustrações.
As ilustrações da obra “Do Picadeiro até o céu” são de Gabrielle Neara. A artista deu vida ao texto de Fabiana e completou a história através das cores e desenhos escolhidos.
“Eu adorei as ilustrações, elas conversam muito bem com o texto. O colorido, o estilo e as formas são muito poéticas. Gosto muito da técnica usada, elas trazem muita poesia”, conclui a autora.