Que lições tirar do massacre em Suzano

Como escolas podem enfrentar questão da violência 

Aproveitamos esse espaço para prestar toda nossa solidariedade aos estudantes, professores, funcionários, aos feridos e aos familiares das vítimas do massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, na cidade de Suzano, Grande São Paulo, na última semana. Um trauma difícil de tirar da memória…

Nos últimos dias, educadores, psicólogos e outros especialistas tentam analisar o que pode ter levado a dupla a cometer o massacre, que repete requintes de crueldade de tragédias semelhantes, que entraram para a história em diferentes lugares do mundo.

 

Estatísticas

No Brasil, foram registrados 6 casos até 2017, sendo o mais grave o chamado Massacre de Realengo, ocorrido no Rio de Janeiro em 2011, no qual 12 pessoas morreram e o atirador cometeu suicídio. Os Estados Unidos lideram o ranking desse tipo de violência, com 288 ataques a escolas nos últimos dez anos. Devido ao alto índice de casos, o país tem investido em pesquisas sobre as causas de ataques e em formas de enfrentar o problema nas escolas. Outros países como Alemanha, Russia e China também registraram massacres em instituições de ensino.

 

Busca de respostas 

Mas o que levaria os jovens a cometer este tipo de crime? Estudos apontam para diversas causas ligadas à banalização da violência, às condições precárias de funcionamento das escolas e ao acesso facilitado a armas. Há quase sempre, no entanto, fatores psicológicos que precisam ser analisados com atenção. Pesquisas sobre casos de tiroteio em escolas apontam para a relação entre rejeição social e agressividade. Segundo dados, a rejeição real ou imaginada pode aumentar o nível de agressividade consigo mesmo e com os demais.

Outro fator a se observar, recorrente nestes casos, são as condições de isolamento e solidão. Por apresentarem um comportamento introspectivo, muitos deste jovens acabam vítimas de bullying – apontado como fator comum em 87% dos casos de atiradores que dispararam contra alunos nas escolas.

Há estudos que indicam, ainda, que atiradores que cometeram crimes em escolas apresentavam três principais fatores de risco: problemas psicológicos, como depressão, hiperagressividade ou tendências sádicas; interesse extremo em armas e explosivos; e fascínio com a morte e outros temas mórbidos.

 

Levar debate para a sala de aula

Quando um crime como esse acontece, gera uma insegurança geral de que novos casos podem acontecer. É recomendável, então, que a escola planeje algumas ações. Veja sugestões:

– Marcar uma reunião ou enviar um comunicado para informar aos responsáveis sobre os cuidados que o colégio adota na parte de segurança; como trabalha essa questão sob o aspecto psicológico e se tem plano de ação para situações de risco. Essa atitude certamente vai acalmar as famílias.

– Levar o tema da violência escolar para a sala de aula, com amparo do psicólogo da escola. Os jovens processam as informações de maneiras diferentes e falar sobre o assunto pode ajudar a desfazer traumas e sentimentos de insegurança.

– Pedir que os pais observem mais a rotina de seus filhos em casa e, se notarem algo diferente, buscar o diálogo com a escola.

– Disponibilizar profissionais da escola para as famílias que sentirem necessidade de conversar sobre o comportamento de seus filhos.

– Realizar projetos que trabalhem o controle emocional dos alunos. Há escolas que oferecem, com bons resultados, aulas de yoga ou meditação. Alguns profissionais também apontam o Teatro como uma atividade interessante para que seus alunos trabalhem suas emoções.

 

Lembre alguns massacres no mundo:

Santa Fe High School, Texas (EUA), em 2018 – 10 mortos

Marjory Stoneman Douglas High School, na Flórida (EUA), em 2018 – 17 mortos

Sandy Hook Elementary School, em Connecticut (EUA), em 2012 – 26 mortos

Realengo (RJ), Brasil, em 2011 – 13 mortos

Winnenden, Alemanha, em 2009 – 16 mortos

Virginia Tech University, na Virgínia (EUA), em 2007 – 32 mortos

Beslan, na Rússia, em 2004 – 330 mortos, entre os quais mais de 180 crianças

Columbine High School, Colorado (EUA), em 1999 – 15 mortos

Fujian, na China, em 2010 – 8 mortos

 

Com informações de Nova Escola, BBC e Agência Brasil 

foto: Google

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