De repente, as instituições de ensino ficaram vazias. Os cadernos foram substituídos por aparelhos eletrônicos. E, isso aconteceu não por que o período das férias chegou, mas sim por conta de uma pandemia que assusta e está mudando todo o mundo.
O que antes era feito presencialmente, migrou para o ambiente virtual, devido o isolamento social, uma das medidas de prevenção contra o coronavírus. Os professores agora ensinam pela internet de dentro casa e os alunos estudam também de dentro de casa.
Essa mudança repentina pegou todos de surpresa. As instituições, os professores, os alunos e os pais dos estudantes tiveram que se adaptar nesse novo mundo. O contato dos estudantes com os professores mudou e a forma como eles dão aula também.
Esse novo cenário nos leva a uma reflexão de extrema importância: seja pelo ambiente online ou presencial, o contato e a relação do professor com o aluno são essenciais. E esse contato passa por um processo de transformação que, com toda certeza, deixará marcas indeléveis quando as coisas voltarem ao normal.
Uma questão que preocupa bastante nesse momento é a saúde mental, tanto dos professores como dos alunos. Perder esse contato direto, o abraço da professora, o lanche no recreio com os amigos, o jogo de futebol na aula de educação física, as datas comemorativas e tantas outras atividades de socialização que aconteciam na escola estão fazendo muita falta na vida das crianças e dos educadores. E esse afastamento compulsório pode gerar sentimentos inquietantes como angústia, tristeza, ansiedade e até mesmo depressão.
A pequena Lívia Evangelista, de 7 anos, tem sentido muita falta de seus amigos e professores. Ela tem acordado com pesadelos, chora na hora de dormir e não quer ficar sozinha em seu quarto. Sua família vive um momento delicado e mais uma vez percebemos o valor dos relacionamentos nas vidas das pessoas.
De acordo com um guia de orientação divulgado pela Sociedade de Pediatria do Estado do RJ (Soperj), uma boa forma de enfrentar essa situação é conversar com serenidade com a criança, mostrando a realidade. É importante transmitir a certeza de que é um momento passageiro e que ela não está sozinha.
Os pais devem escolher o que dizer, sem exageros e com otimismo, com termos e exemplos que cada um possa entender, de acordo com a idade e com as possibilidades do momento vida.
Elas também sentem falta de ver as pessoas, têm saudade dos colegas e dos professores. Ajuda muito promover, sempre que possível, encontros virtuais, tanto para estudar, como para jogar e conversar sobre o que quiserem.
Outra atitude importante é manter a saúde física e mental com bons hábitos alimentares e sono de qualidade. É difícil manter esse tipo de rotina em meio ao confinamento, mas não é impossível. Tente organizar esquemas de horário para as refeições; crie gincanas em casa, pontuando os alimentos saudáveis.
É ideal estipular um ritmo de estudo em casa, sem cobrança em excesso. Estamos vivendo um momento único, e todos precisamos exercer a tolerância.
Nos momentos que perceber que seus filhos estão entediados ou estressados, proponha uma brincadeira, chame-os para fazer uma receita de doce ou coloque uma boa música e convide-os para dançar. Gastem energia e troquem carinho.
Demonstrar tristeza em alguns momentos do confinamento é absolutamente normal. Afinal, ninguém é de ferro. Mas se o sofrimento não ceder, o ideal é procurar a ajuda de um especialista. Muitos profissionais estão fazendo atendimento por consulta online.
Enquanto persistir a pandemia, temos de ficar em casa, mas vai chegar o momento em que iremos começar a planejar o desconfinamento. Certamente a volta às aulas será uma das últimas etapas, assim como tem acontecido nos países que já controlaram o risco de contaminação. O importante é planejar esse retorno com segurança.
Todos tiveram de mudar sua forma de viver e podemos afirmar, sem medo de errar, que quando o isolamento social acabar, muita coisa vai mudar, inclusive o formato da educação.
A pandemia nos levou ao sistema de estudo remoto forçado, mas com erros e acertos estamos sobrevivendo. E muitas ferramentas tecnológicas que estamos usamos nesse período nos acompanharão daqui para frente.
O desafio será conciliar os novos formatos de ensino que vivenciamos na pandemia com a metodologia tradicional da sala de aula. E você professor? E você pai? Como imagina que será essa nova era da educação?