Dicas para trabalhar o Dia Internacional da Mulher nas escolas

Por que falar dessa data com as crianças?   

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, celebra as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, sendo adotado pela Organização das Nações Unidas e por diversos países. No Brasil, a data é celebrada com debates, passeatas e muitas atividades de reflexão. E por que não levar o tema para a sala de aula? Sim. Até com crianças podemos falar do Dia Internacional da Mulher. Afinal, é na infância que devemos trabalhar uma postura crítica em relação a pensamentos equivocados, estereotipados, preconceito e discriminação.

Para a escritora e jornalista Anete Lacerda, é extremamente importante trabalhar a questão da não violência da mulher nas escolas. “É uma questão histórica do patriarcado porque as crianças muitas vezes reproduzem padrões de violência que elas veem dentro de casa. E quando você trabalha esse tema, cria e educa uma geração mais saudável e que vai lidar com o respeito com as meninas. Porque a gente ainda tem muita dificuldade, inclusive de tratar com mulheres que não entendem que o feminismo é a luta pela igualdade, para que ela possa conquistar coisas que as feministas históricas vêm conquistando. Hoje a mulher vota, sai de casa e trabalha muito em função do que as feministas fizeram, dessa luta que vem de muitos séculos, que não é de agora”, afirma.

Anete acrescenta que, depois das mães, são os professores que geralmente desenvolvem uma relação de afeto com os alunos. “É na escola que esses jovens estão abertos a novas ideias e é lá que padrões de violência podem ser quebrados através do conhecimento e do diálogo. Quando um professor fala de violência doméstica, explica o que é o machismo e o mal que ele causa, pode ajudar na formação de uma geração mais saudável que aprende que homem que chora continua sendo homem e que lugar de mulher é onde ela quiser. É a partir dessa geração que alcançaremos uma sociedade mais justa. O professor é um agente de mudanças”, diz Anete.

A jornalista sugere alguns pontos para serem levados para a conversa com as crianças:

1. Homem que chora continua sendo homem

2. Nenhuma mulher merece ser estuprada (abordar a questão da culpabilização da vítima- estava com roupa curta, estava na rua fora de hora, deu mole)

3. Homens e mulheres merecem as mesmas oportunidades

4. Lugar de mulher é onde ela quiser

5. Não é não

6. Quebre padrões de violências

7. Se precisar, busque ajuda. Isso não é sinal de fraqueza, mas de inteligência

Atividades para fazer em sala:

1. Cartaz coletivo

Os alunos colam gravuras/imagens de mulheres que marcaram a história

2. Ampliando o conhecimento 

Organize um trabalho sobre a origem da data. As crianças podem trazer as pesquisas de casa e completar a tarefa na aula 

3. Quebra-cabeça

Os alunos divididos em grupos receberão imagens de mulheres (imagens divididas) para montar coletivamente. As criações pode ser expostas no mural ou nas paredes da própria sala de aula

4. Literatura como recurso

Algumas obras contam com a trajetória e a luta das mulheres e podem servir de base para o trabalho na escola. Encontramos uma abordagem mais direta no livro “Para educar crianças feministas – um manifesto”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. A autora traz 15 reflexões para uma Educação mais igualitária em relação ao gênero e mostra como praticamos machismos inconscientes

5. Aula aberta

A escola pode realizar uma aula aberta com apresentações musicais inspiradas em grandes cantoras; recital e concurso de poesia com temas inspiradora nas lutas feministas; gincanas

Gostou das nossas dicas? O Dia Internacional da Mulher esse ano cai no domingo. Ainda dá tempo de organizar na sua escola uma atividade interessante na semana que vem! Mãos à obra!

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