Veja sugestões para trabalhar a data de maneira inclusiva
Essa é a semana que as escolas trabalham e comemoram o Dia das Mães. Mas você já imaginou como não fica triste aquela criança cuja mãe já tenha falecido?
Ou aquela que tem uma mãe que vai estar viajando e não poderá estar presente se uma festinha for marcada para celebrar a data?
Há ainda os alunos criados por dois pais; apenas pelos avós e por aí vai… As novas composições familiares e a vida corrida nos dias de hoje criam situações que nos convidam a refletir sobre datas comemorativas, como o Dia das Mães ou o Dia dos Pais.
Você já pensou sobre isso? Como sua escola trabalha essas datas? Que tal programar atividades mais inclusivas para receber as famílias?
ACOLHIMENTO
Algumas escolas já tomaram iniciativas bastante interessantes, que têm o objetivo principal de acolhimento. Pode ter certeza que todos ganham com essa mudança de postura!!!
Um exemplo é trocar o Dia das Mães e o Dia dos Pais pelo Dia da Família. Nesta festa, pode participar a mãe, o pai, a avó, a madrinha ou a pessoa que tenha mais afinidade com a criança.
No Colégio Andrews, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, se comemora o Dia da Família. Fabiane Martins, professora do ensino fundamental 1, explica que não cabe mais o formato tradicional de comemoração. “Hoje não existe mais um modelo familiar. Há os homoafetivos, as adoções, crianças abandonadas… Mesmo que você acredite na figura tradicional de pai e mãe, você precisa apresentar essas configurações familiares que são diferentes, sem o julgamento do certo e errado. Afinal, família é aquela que acolhe, cuida e oferece amor”, diz.
COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES CULTURAS
Fabiane sugere uma atividade para trabalhar a data em sala de aula. “Um caminho bacana é comparar a configuração familiar da nossa cultura com a configuração familiar de outras culturas. Perceber como é a família de outras crianças que vivem no mesmo tempo histórico que o nosso, mas em espaços geográficos e culturas diferentes. Fica a minha dica para os professores”.
Escolas confessionais, como o Marista, por exemplo, realizam uma missa em homenagem às mães, aberta a todos que queiram participar. E o mesmo acontece no Dia dos Pais.
Outras instituições criaram o Dia de Quem Cuida de Mim. A Escola Estadual Professor Alvino Bittencourt, que fica na cidade de São Paulo, faz essa comemoração, em vez da celebração tradicional. São dois dias anuais para homenagear “Quem cuida de mim”. A ideia com o novo tema também é acolher as diferentes constituições familiares. A festa é aberta a quem a criança deseja convidar.
“A gente não vai deixar de falar na palavra mãe, não vai deixar de falar que existe o Dia das Mães. Não tem como tirar a escola dessa realidade, mas a gente vai deixar claro que aquelas crianças que não possuem mãe vão poder participar do evento com quem cuida delas e se for feito algum trabalhinho, quem nós sabemos que não tem mãe, vamos direcionar os trabalhos para a pessoa que cuida dela. Muitas escolas particulares e públicas já fazem isso, mas é um processo lento porque tem que se desconstruir essa questão de consumismo, de padrão de família”, opina a professora Raphaela Barros.
Para a docente, a escola tem que flexibilizar, olhar o individual, conhecendo a história de cada criança para não trazer mais traumas. “Você tem que ser um agente transformador. Temos sempre que pensar o que fazer para incluir e não excluir”, explica.
Veja outras ideias para trabalhar a data:
– OFICINA DO CORAÇÃO
Proponha às crianças fazerem uma colagem em formato de coração para levar para uma pessoa querida da família. Quem tiver mãe, certamente a escolherá para receber a lembrança.
O coração pode ser decorado com papéis coloridos, pedaços de tecido ou palavras carinhosas para alunos já alfabetizados.
– PRESENTE COM RECICLAGEM
Que tal fazer um porta-canetas com garrafa pet? Use a base da garrafa. Forre com tecido florido e decore com uma flor feita de EVA. Assim como o coração, peça aos alunos que escolham a pessoa que querem entregar o presente.
– RODA DE CONVERSA
Nesta semana, será impossível blindar totalmente as crianças que não têm mãe de algum comentário que possa entristecê-las. É possível que elas acabem ouvindo algum coleguinha fazendo planos sobre a data. Então, uma sugestão é organizar uma roda de conversa para falar sobre afetividade, estimular os alunos a contarem quem são as mulheres importantes na sua vida. Isso vai ajudá-las a lidar com suas dúvidas e mágoas.
– APOIO PSICOLÓGICO
Você, professor, sabe quem são os alunos que não têm mãe na sua turma. É importante oferecer carinho a eles especialmente nesta semana e, diante de qualquer comportamento diferente, sugerir uma conversa com a psicóloga ou orientadora pedagógica.
Queremos saber como você trabalhou esta data com a sua turma. Mande fotos e sugestões de atividades para que possamos compartilhar e enriquecer nossas experiências. O e-mail é: divulgacao@collibooks.com
Fotos: Google