Crianças, traumas e frustrações 

Por que é importante ensinar as crianças a lidarem com as frustrações? Considero esse tema de fundamental importância para todos aqueles que querem ajudar na construção de uma sociedade melhor, sejam eles pais ou educadores. 

Das muitas entrevistas que fiz e que li, lembro da palavra dos especialistas. Numa delas, a entrevistada me disse que alguns pais têm dificuldade de entender que é preciso impor limites.  

Ela destacava que as crianças precisam aprender a ouvir não. Em resumo, elas precisam entender que perder faz parte da vida.  

Ela enfatizou que caso elas não aprendam a perder e a lidar com frustrações, sofrerão muito quando chegarem à vida adulta. 

Outra que tem falas muito interessantes a esse respeito é a conceituada educadora e  escritora brasileira Tânia Zagury. 

Autora de muitos livros, entre eles  “Limites sem Traumas” e “Sem padecer no paraíso”, ela alertava na entrevista que li que os pais, em sua maioria, acham que a missão deles é fazer os filhos felizes. 

Mas a escritora destacou que cabe aos pais transmitirem aos filhos lições de formação moral e ética, o que os transformará em cidadãos. 

 E a escritora fez um alerta: para educar bem é preciso impor limites e dizer \”não\” às crianças, o que muitos pais evitariam com medo de causar traumas. 

E Zagury foi enfática ao dizer que a negativa pode até causar frustração, mas que trauma é outra coisa e envolve situações muito mais complexas. 

A escritora frisou a importância dos exercerem influência na vida dos filhos nos sete primeiros anos, e que frustração é o sentimento que todo ser humano sente quando ele tem um desejo, um objetivo, e não alcança, independente da idade que tenha. 

E essa frustração, ressaltou a escritora, não está ligada apenas a coisas essenciais e importantes aos seres humanos, como a dificuldade de acesso a um tratamento caro que pode salvar a vida de uma pessoa. 

Tânia diz que a frustração pode ter ligação com não conseguir comprar um tênis caro, por exemplo, ou com não poder comer uma barra de chocolate antes do almoço, ou tomar a vacina, mesmo que doa, porque isso pode salvar a vida. 

E até onde os pais podem dizer não? Zagury frisa que isso vai depender dos princípios de cada família, que depende de uma série de valores. Cada uma deve fazer sua auto gestão. 

Segundo Tânia Zagury cada um tem sua filosofia, seu jeito de ser e isso deve ser respeitado, sempre pensando no bem-estar da criança.  

Então é mais do que nunca, tempo de entender que as crianças devem, sim, aprender a ouvir nãos. Quantos forem necessários ao fortalecimento do seu caráter. 

Essas negativas vão tornar essas crianças em cidadãos mais resilientes, preparados para recomeçar a cada queda, com grandes possibilidades de escrever uma bela e nova história.  

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