Brincadeiras antigas podem ajudar no desenvolvimento e sociabilidade das crianças

Brincar no quintal de casa, na rua ou em outros lugares ao ar livre é uma experiência rara para muitas crianças nos dias de hoje, principalmente para quem vive nos grandes centros urbanos. Um dos motivos é que os telefones celulares, videogames, as mídias sociais e até o passeio no shopping center tomam cada vez mais tempo na vida dos nossos pequenos. O resultado é que as brincadeiras tradicionais, como bambolê, pular corda, pular elástico, jogar peão, bola de gude, amarelinha, pique-bandeira e pique-pega estão sendo esquecidas. Essas atividades, no entanto, trazem muitas vantagens para o desenvolvimento da criança e são de grande importância na educação.

 

Escolas participam de movimento mundial 

A Escola Municipal Jansen Pereira de Melo, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, participa da Semana Mundial do Brincar, que acontece sempre em maio em vários países com o objetivo de incentivar o brincar livre. Em 2018, o colégio realizou diversas atividades para ensinar as crianças de forma lúdica.

Segundo a diretora Sheila Marangoni, a programação faz parte do calendário da Secretaria Municipal de Educação e irá acontecer novamente em 2019. Para ela, estimular a brincadeira traz muitos ganhos para toda a comunidade escolar. “Acredito que numa sociedade cada vez mais informatizada, voltada para as tecnologias, nossas crianças ficaram no prejuízo no desenvolvimento de habilidades físico-motoras tão importantes para seu crescimento, também no aspecto intelectual. As brincadeiras antigas possibilitam esse pleno desenvolvimento pois levam ao experimento de suas próprias habilidades, sem falar no desenvolvimento das relações de sucesso e frustrações, afirma Sheila.

O evento mundial, que foi criado pela organização comunitária “Aliança pela Infância”, terá como tema na próxima edição  “O brincar como território de convivência das diferenças”. Segundo os idealizadores, cada vez mais países estão aderindo à ideia do brincar livre.

 

Explorar na natureza 

A principal proposta deste movimento é mostrar que para brincar não é preciso ter inúmeros brinquedos e equipamentos. Estar na natureza, por exemplo, já dá conta do recado, já que é possível interagir com pedrinhas e folhas, sentir a textura do chão ao brincar descalça, pular corda, correr, escalar, subir em árvores, batucar no corpo, cantar e imitar os bichos.

 

Brincadeiras antigas ajudam no desenvolvimento 

Quando as crianças correm e saltam, estão construindo seus músculos. Elas queimam energia e isso as deixa cansadas e famintas, melhorando a ingestão de alimentos. Além disso, elas desenvolvem força, resistência e equilíbrio. As brincadeiras antigas também ajudam na coordenação do corpo e até a ter um sono mais tranquilo.

Jogos de amarelinha, pular corda ou pular elástico, por exemplo, ensinam a importância de seguir regras e permitem que as crianças criem noção de espaço, coordenação motora e equilíbrio. O bambolê, como requer esforço e movimentos repetitivos, ajuda no combate à obesidade, além de melhorar a psicomotricidade. A bola de gude estimula a coordenação motora. Já o esconde-esconde, o pique-bandeira e o pique-pega promovem agilidade, estratégia, autoconfiança e a convivência em grupo.

 

Estímulo à concentração e memória 

Essas atividades são capazes, ainda, de ajudar crianças com hiperatividade, falta de concentração e memória. É importante que tanto pais como professores incentivem e até participem das brincadeiras ao ar livre. Certamente, a garotada terá muito a ganhar em saúde e qualidade de vida.

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