BNCC: o que é?

Você sabe o que significa BNCC? É uma sigla que educadores do país inteiro precisam trabalhar diariamente.  É necessário e urgente falarmos sobre isso.

BNCC é a sigla de Base Nacional Comum Curricular, documento elaborado com o apoio do Ministério da Educação e com a participação plena de vários especialistas de universidades e das estruturas das Secretarias Estaduais e Municipais do Brasil, bem como contou com o envolvimento de grupos defensores de interesses e concepções de educação, representados por organizações da sociedade.

Em suma, a BNCC determina os conhecimentos e as habilidades essenciais que todos os alunos têm o direito de aprender, todos os anos, durante toda a sua vida escolar. É obrigatória e está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Plano Nacional da Educação. Os currículos de todas as redes públicas e particulares devem utilizar a BNCC como referência.

Seu uso altera muita coisa na educação, pois intensifica políticas educacionais importantes que, juntas, reduzem desigualdades e garantem os direitos de aprendizagem. Vale lembrar que a BNCC é muito mais completa do que as diretrizes adotadas até hoje. Por isso, diversas frentes precisam ser repensadas e adaptadas conforme as orientações do documento.

As principais mudanças que acontecem ao implantar a BNCC aparecem nas seguintes políticas educacionais: elaboração dos currículos locais, formação inicial e continuada dos professores, material didático, avaliação e apoio pedagógico aos alunos.

Segundo o Ministério da Educação, os seguintes pontos devem ser observados:

Educação infantil

 

  • Dividida em dois eixos:

Interações e brincadeira.

  • Direitos de aprendizagem e desenvolvimento: 

Conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.

  • Campos de experiências:

O eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

  • Faixas etárias:

Bebês (de zero a 1 ano e 6 meses); crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses); crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses)

 

Ensino fundamental

  • Áreas de conhecimento:

Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa), Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ensino Religioso;

  • Língua inglesa:

Ofertada nos anos finais;

  • Ensino religioso:

Será estabelecido como componente curricular obrigatório nas escolas públicas, mas com matrículas facultativas;

 

A BNCC do Ensino Médioainda não está em vigor, não há, ainda, data para esse questionamento, uma vez que o documento ainda está em fase de discussão no Conselho Nacional de Educação.

O que se pode saber até agora são alguns destaques do documento:

  • Áreas do Conhecimento

Assim como a BNCC do Ensino Fundamental, a BNCC do Ensino Médio está organizada por Áreas do Conhecimento, que são: 1) Linguagens e suas Tecnologias, 2) Matemática e suas Tecnologias, 3) Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e 4) Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Cada área tem suas competências específicas que devem ser desenvolvidas e aprofundadas no decorrer da etapa do Ensino Médio, uma vez que o desenvolvimento de algumas já está previsto nas competências de área do Ensino Fundamental.

A BNCC do Ensino Médio prevê como obrigatórios, durante os 3 anos, os componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática. Além disso, a Base menciona a flexibilização da organização curricular dessa etapa, por intermédio dos itinerários formativos previstos na legislação brasileira.

Essa flexibilização pretende valorizar o protagonismo juvenil e estimular a interdisciplinaridade no ensino.

  • Foco na juventude e protagonismo do aluno

Os jovens e o seu protagonismo atravessa todo o texto da BNCC do Ensino Médio. O documento explica que as escolas devem apresentar ao jovem o mundo como um campo aberto para investigação e intervenção. O objetivo é convocá-los a assumir novas responsabilidades para equilibrar e resolver questões esquecidas pelas gerações anteriores, valorizando o que já foi feito e abrindo possibilidades para o novo.

Diante disso, o foco na juventude e em seu protagonismo deve acontecer por meio da educação integral, que se refere aos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais, na preparação básica para o trabalho, na construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva, e pelo compromisso com a interdisciplinaridade dos fundamentos científico-tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem.

  • Mundo do Trabalho

Outra preocupação da BNCC do Ensino Médio, além de formar um jovem para ser protagonista da sociedade em que vive, é começar a prepará-lo para o mundo do trabalho.

Segundo, o documento, o atual cenário mundial está cada vez mais dinâmico, complexo e fluido, provocando as incertezas do mundo do trabalho, tornando as relações sociais desafiadoras para a educação.

Para tentar superar esse desafio que o cotidiano impõe é necessário, então, caracterizar os jovens não simplesmente como “adultos em formação”, mas como um grupo diverso e dinâmico que faz a diferença e tem poder na definição dos rumos da sociedade.

Frente a esse cenário, o atual texto da BNCC do Ensino Médio prevê para as escolas a formação de jovens críticos e autônomos para tomar decisões conscientes e responsáveis.

  • Colaboração

Considerando-se o protagonismo da juventude, a preocupação com a formação da juventude e a interdisciplinaridade do currículo, o texto da BNCC do Ensino Médio que está sendo analisado pelo CNE propõe algumas situações de trabalho colaborativas, como o uso de laboratórios, clubes, observatórios, incubadoras, núcleos de estudo, núcleos de criação artística.

Enfim, creio ser de suma importância reforçar que a implementação da BNCC não tira a autonomia dos professores em sala de aula. A Base é uma referência para que cada escola, estadual, municipal, pública ou privada, desenvolva seu próprio currículo de acordo com as características das redes de ensino locais. Ela norteia em relação ao que ensinar aos alunos, e os colégios, com os docentes, devem trabalhar em como transmitir esses conhecimentos aos alunos. Sendo assim, é fundamental que os educadores estejam bem informados e instruídos sobre o documento e que recebam uma formação continuada para ajudar, principalmente, aqueles estudantes que apresentem mais dificuldade no aprendizado.  

 

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