O amor é um sentimento surpreendente. Por que uma mãe já ama o seu bebê antes mesmo de ele nascer? Muitas mulheres, quando descobrem que estão grávidas, são invadidas por uma mistura de emoções e ansiedades. Se fosse possível traduzir este sentimento, é como se o amor estivesse correndo pelas veias.
Os hormônios que circulam no corpo de uma mulher grávida, e que se intensificam no decorrer da gestação, também ajudam a alimentar a conexão com o bebê.
À medida que a data do parto se aproxima, o cérebro começa a produzir cada vez mais oxitocina, um hormônio que ajuda a trazer à tona a \”mãe\” que está dentro de você. Também conhecido como o hormônio do amor, a oxitocina é responsável pelo comportamento maternal em animais.
Nas mulheres grávidas, a principal função do hormônio é amenizar a sensação de estresse, ao mesmo tempo em que cria aquela vontade enorme de ver o recém-nascido.
A oxitocina tem sido tema de muitos trabalhos científicos. Pesquisas com animais sugerem que ela tem papel fundamental em uma série de comportamentos sociais, que vão da criação dos filhos à formação de relacionamentos duradouros.
Início de tudo
A influência dos hormônios na relação mãe-filho é apenas um exemplo. Em todas essas fases da vida, os neurônios, hormônios e amor andam de mãos dadas. Inicialmente, pensamos no amor como algo universal sobre o qual influem forças que escapam da nossa compreensão. Algo, lindo, mágico, mas não devemos nos esquecer que o desejo, a paixão e o sofrimento amoroso também são um coquetel desses três elementos juntos.
Segundo a teoria do psicanalista Sigmund Freud, começamos a nos desenvolver sexualmente quando ainda somos meros bebês – e as mamadas são a primeira fonte de prazer dos pequenos. Chamamos de fase oral, pois nesta fase, que vai desde o nascimento até um ano e meio de idade, o maior centro de prazer da criança está na boca.
Tanto é assim que brinquedos, chupeta e até mesmo as mãozinhas e pés vivem sendo babados e mastigados. O prazer de levar coisas na boca não está associado com relações sexuais, e sim, relacionada à forma que o corpo responde aos estímulos recebidos. Cada descoberta, uma sensação diferente. Sugar o seio da mamãe está relacionado ao fim da fome e isso é prazeroso.
Descoberta pós-fralda
Falar do amor em termos biológicos pode produzir um certo desencanto. Hormônios e amor? Para alguns, essa simplicidade chega a ser exagero. Mas tudo tem a ver com sentimentos. Quando as crianças se livram das fraldas é porque já aprenderam a controlar o xixi e o cocô. Então, o corpo dos pequenos passa a sentir prazer com esta novidade. Dessa vez, o prazer é impulsionado pelo estímulo que a mãe dá ao ver que o bebê aprendeu a fazer suas necessidades no banheiro. E aí, ao descobrir que é possível ‘mexer’ com esta parte do corpo, o pequeno descobre um novo mundo.
Brincadeiras e as pequenas descobertas
Muitos pais até acham bonitinho quando a criança começa a explorar partes do corpo. O que às vezes não é considerado relevante como fase educativa, é que cada toque, cada brincadeira, incluindo contato com o pênis ou com a vagina, despertam sensações prazerosas. Muitas vezes, isso acontece por acaso, quando, por exemplo, um brinquedo encosta na região. Isso não se trata de desejo sexual, na verdade, é apenas uma curiosidade que faz parte do amadurecimento humano e suas fases. O que não podemos é enxergar atitudes infantis com olhar de adultos.
O elo que existe entre pais e filhos é uma das ligações mais fortes da natureza. Prova disso é que a vida amorosa de todos nós, pode ser feita de muitos encontros e desencontros ou de romances que dão certo e depois acabam, mas aquilo que se estabelece com um bebê, logo nas suas primeiras semanas, dura para sempre.
A questão é que o amor por uma criança não é intelectual ou cultural – ele é sim um componente básico da formação de todos os seres humanos.
O vínculo que desenvolvemos na infância com nossos pais, avós, irmãos, tios e primos, chamado apego, também estão ligados a hormônios e amor. E esse sentimento não está presente somente durante os primeiros anos de vida. O apego também vai aparecer no amor romântico mais tarde, e também na amizade.
Hormônios e amor voltam a se relacionar para gerar como resultado essa sensação de um não poder viver sem o outro, como quando éramos pequenos.
E assim, ao longo de toda vida, somos guiados e influenciados pelos hormônios e pelo amor. A oxitocina, que falamos lá no início do texto, que é liberada durante a amamentação, também é extravasada durante o orgasmo.
É inevitável a constatação de que hormônios e amor estão sempre juntos. Isso não quer dizer que tudo possa ser explicado pela fisiologia. As emoções, os sentimentos e o imaginário também podem fazer com que a fisiologia mude.
De acordo com o site “A Mente é Maravilhosa” nós somos materialidade biológica e abstração psicossocial ao mesmo tempo. O segredo é saber dosar esses componentes!