Um vídeo que está viralizando nas mídias sociais, do escritor e psicólogo Rossandro Klinjey, propõe uma reflexão sobre os limites que devemos dar aos nossos filhos. Rossandro conta que, certo dia, estava na praia com um amigo, em João Pessoa, e ele pediu que fizesse companhia para buscar no aeroporto os três filhos que chegavam de viagem da Disney. De início, recusou o convite, mas diante da insistência, resolveu acompanhá-lo. O pai estava ansioso para encontrar os adolescentes, na expectativa de que a saudade seria recíproca. Rossandro conta que os filhos foram frios e não lembraram sequer que o pai fazia aniversário naquele dia.
O psicólogo conta que, depois dos filhos fazerem uma sucessão de grosserias com o pai, ele perguntou: “Rossandro, o que você acha?”
O psicólogo resolveu dar um choque de realidade no amigo e respondeu:
“Se você tivesse feito 5% do que seus filhos fizeram até agora com você, o que seus pais teriam feito?”
“Eu estava sem o queixo há muito tempo”, disse.
“E você odeia seus pais?”, perguntou.
“Não. Amo profundamente”, afirmou.
“Sabe porque? Porque eles foram seus pais. Você é um moleque, amigo dos seus filhos”, disse.
O amigo reagiu e enquadrou os filhos naquele momento. Rossandro explicou que houve na relação entre pai e filhos o que se chama na psicologia de ‘reintegração de posse afetiva’, ou seja, a pessoa que havia perdido o território está retomando seu lugar.
Impor limites
O psicólogo alerta que os pais que deixam os filhos serem os reis da casa porque não cumpriram o papel de educar e dar limites, acabam por perder o amor dos filhos. E acrescenta que não se pode terceirizar a educação, sob pena de criar déspotas, crianças que gritam e humilham a todos, inclusive os professores.
“Temos compromisso com o coletivo. Temos o dever de educar e dar limites”, ressalta.
A lição desta história serve de reflexão para nós, pais modernos. Educar é difícil. Permitir tudo muitas vezes é o caminho mais fácil, mais confortável do que dizer não. A criança, no entanto, vai se sentir mais segura com pais equilibrados, que sabem o momento de dizer ‘não’ e o momento de dizer ‘sim’. Mesmo que se sintam contrariados no momento, as crianças irão agradecer no futuro.