O teatro é uma expressão artística milenar, que acompanha o homem desde os períodos mais remotos da nossa história até os dias atuais, fazendo parte do significativo e complexo sistema de vida humana. Uma linguagem que provoca, sensibiliza, emociona. O teatro como expressão artística é capaz de gerar transformações no meio social, pois se constitui um exercício de cidadania.
Diversos estudos apontam o teatro como uma ferramenta indispensável no processo de desenvolvimento humano. Em virtude do seu caráter lúdico e da propositura do estado de jogo, torna-se um elo fundamental nos processos de ensino-aprendizagem dos indivíduos.
A capacidade de teatralidade, de jogo, é algo inerente às crianças desde os primeiros anos escolares. A escola, na condição de instituição formadora do pensamento, precisa estar atenta e sensível a essa prerrogativa, para que possa, de forma precisa e eficaz, ofertar aos alunos a oportunidade de desenvolver suas potencialidades dramáticas, que são fundamentais não só para a expressão artística, mas também na arte de viver.
Quando crianças e adolescentes entram em contato com a linguagem teatral, eles perdem progressivamente a timidez, desenvolvem e priorizam a noção do trabalho em grupo, e saem-se bem em situações em que é exigido o improviso, interessando-se mais por textos e autores variados.
A prática teatral favorece experiências que vão além do processo de integração e do enriquecimento da criatividade. A vivência teatral promove a ampliação da visão de mundo, estimula e desenvolve a consciência cultural e auxilia o indivíduo a se organizar em grupo, desenvolvendo a consciência coletiva. Dessa forma, nota-se que também permite, integral e coerentemente, o envolvimento sensorial dos jogadores.
Por fim, o teatro é uma arte que modela o ser humano, perpassando pelas necessidades essenciais das relações interpessoais, além da promover no indivíduo a compreensão do mundo e de suas estruturas ideológicas. Torna-se uma prática ideal desde os primeiros anos escolares. É nessa fase inicial que ocorrem as primeiras relações de amizade e de socialização. Nesse ponto, acentua-se a importância da prática teatral nos processos de cooperação e de estabelecimento de vínculos afetivos. Nisso baseia-se a importância do teatro na condição de jogo e não apenas como resultado artístico, como a montagem de um espetáculo, mas como forma de enxergar o mundo. É fundamental pensar no teatro como uma enriquecedora experiência.
Sugestão de Projeto Jogos teatrais:
Introdução:
Jogos Teatrais são jogos improvisacionais para fins de preparação de atores profissionais ou na utilização do teatro para iniciantes ou mesmo nas atividades escolares. Não é qualquer jogo que é considerado um jogo teatral, pois é necessário que tenha um foco específico, desenvolvido por meio de instruções e regras que levam o jogador a desenvolver formas da arte teatral. Em nosso caso específico, temos a necessidade de maior compreensão por parte da criança do lúdico, proporcionando a ela maior concentração, criatividade e interesse pela aprendizagem, fazendo-a perceber que até nas brincadeiras é possível aprender.
Objetivos:
- Realizar atividades que propiciem à criança maior agilidade no pensar, bem como no expressar desses pensamentos;
- Identificar os motivos que promovem a falta de concentração dos discentes;
- Desenvolver atividades que envolvam os alunos e que permitam navegar no mundo da imaginação;
- Estimular a concentração dos alunos por meio do jogo teatral;
- Despertar o interesse pela criação de histórias;
- Ampliar a capacidade da oratória, eliminando a timidez e o medo de expressar os seus pensamentos.
- Estimular o raciocínio em expressar a criatividade, o vocabulário e a atenção com rapidez.
- Desenvolver a atenção/concentração e a criatividade prestada aos gestos de um companheiro e a precisão de seus próprios gestos
Faixa etária:
Crianças de 8 a 12 anos
Sugestões de Jogos Teatrais
Fila de cegos
Organizar as crianças em duas filas. Uma fila com integrantes de olhos fechados procura sentir, com as mãos, o rosto e as mãos das pessoas da outra fila (que estarão de olhos abertos). Em seguida, os atores separam-se, invertendo-se na ordem da fila e os cegos tentarão descobrir, tocando nos rostos e nas mãos de todos, qual o ator que estava na sua frente.
Jogo de atitudes
A partir de uma posição neutra (confortável, braços ao longo do corpo, etc.) de descontração, à qual deve sempre o participante regressar; o grupo terá de reagir aos comandos do professor (sob a forma de uma só palavra, ou frase extraída de um jornal, de uma história contada, de um texto (diálogo) teatral, de uma música ou simplesmente inventada). Os participantes deverão ficar imóveis numa figura/pose coletiva até receber a ordem de voltar à posição neutra. Exemplos de comandos: magia, silêncio, feitiço, espera, brincadeira, música, tempestade, velhice, fome, medo, despertar, vaidade, trecho de uma peça.
O grupo terá de reagir aos comandos do facilitador. Os participantes deverão ficar imóveis numa figura/pose coletiva até receber a ordem de voltar à posição neutra.