Crianças portadoras de deficiência intelectual têm aumentado no mundo inteiro. E considerando-se a dificuldade apresentada em assimilar conteúdos, entram em cena os jogos e os brinquedos, aliados educativos poderosos e eficientes. Eles melhoram e estimulam o desenvolvimento físico e cognitivo ajudando a resolver problemas, compreender ideias abstratas “como os valores monetários, noção de tempo, e metáforas”, entender e obedecer a regras, estabelecer relações sociais, e realizar atividades cotidianas.
Para a psicopedagoga especialista em inclusão, Daniela Alonso, o professor é capaz de perceber as limitações do aluno já nas primeiras semanas de aulas e o melhor caminho para se trabalhar, é identificar e classificar as suas habilidades. As técnicas e dinâmicas utilizadas na execução das tarefas farão toda a diferença, desde que os talentos sejam aproveitados, utilizando-se estratégias diversificadas e material especializado.
O brinquedo tem um papel de destaque nessa prática. É um facilitador importante no processo universal de aprendizagem, já que por meio dele, a criança explora seu corpo e o ambiente. Brincar para estes pequenos representa inclusão e faz com que adquiram independência em suas relações com o mundo.
A mediação entre o educador e o educando no que diz respeito à organização da rotina é fundamental. Falar previamente para o aluno com deficiência intelectual, o que será necessário para realizar determinada tarefa e quais etapas devem ser seguidas é de igual relevância.
Outra ferramenta importante para a integração e socialização dos portadores desse tipo de deficiência é o engajamento familiar no processo de aprendizado. São os parentes que potencializam a iniciativa da criança, respeitam seu ritmo e incentivam.
A Fundação ABRINQ (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), afirma que os brinquedos para incapacidade motora e intelectual devem ser fáceis de encaixar, ter estruturas grandes, “não deve obrigar a realização de movimentos muito rápidos”, inquebráveis, agradáveis ao toque, sem extremidades agudas, cores fortes e com diferentes texturas. Ela aconselha a opção de brinquedos que emitam sons da natureza, zoada de máquinas, o timbre da voz, etc.
MAS CHAMA A ATENÇÃO PARA UM CUIDADO IMPORTANTE: brinquedos sonoros encantam a criançada, contudo, é preciso que o barulho esteja dentro do parâmetro permitido pela lei, que é de 85 decibéis. Jogos com explosões, aviões, telefones, dinossauros que rugem alto, guitarras e carrinhos com sirenes, podem ser muito perigosos.
É importante observar se o brinquedo tem o selo do INMETRO como garantia de que o nível de ruído está dentro dos limites estabelecidos na legislação.
Eis alguns exemplos de brinquedos que cumprem estes requisitos: bola de borracha macia “que faça barulho”, animais de borracha ou de pelúcia, chocalhos, bonecas de trapo, quebra-cabeças, fantoches, outros brinquedos “em tecido, madeira e/ou borracha”.