Estudo publicado numa das revistas científicas mais respeitadas do mundo, a Science, revelou um resultado polêmico sobre o contato das crianças com bactérias e sujeiras. Ele revelou que a ausência de algumas bactérias no intestino dos pequenos aumenta a chance de asma.
Isso quer dizer que aquelas mães super preocupadas com a convivência de seus filhos com animais de estimação, e que impediam que brincassem descalças e que colocassem a mão na terra podem parar de se preocupar.
O estudo diz que o contato no ambiente em que vivem fornece ao organismo das crianças bactérias que fortalecem o sistema imunológico para que resista às alergias e outras doenças. Isso se daria de duas formas. Primeiro, elas estimulam as mucosas intestinais, respiratórias e a pele a produzirem anticorpos, de forma permanente.
Em segundo lugar, há uma competição entre as bactérias “boas” e as “ruins”. Então a população adequada de bactérias, aliada à flora ideal, impedem o desenvolvimento das bactérias nocivas.
Algumas escolas brasileiras já aderiram a essa prática e levam seus alunos do maternal e jardim de infância para brincarem na terra e terem contato com animais. A neurose de isolá-los e impedir o convívio com a natureza, da forma mais próxima possível, não existe mais. Mas os pesquisadores e pediatras fazem um alerta.
O resultado do estudo não está mandando esquecer os velhos e saudáveis hábitos de higiene. Como diria Paracelso, grosso modo, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Então é preciso equilibrar a convivência em ambientes “não estéreis, pasteurizados”, se é que podemos chamar assim os locais “sujos”, e os limpos.
Lavar as mãos, as frutas, verduras e legumes e os objetos precisam continuar sendo um hábito. Nem tanto, nem tão pouco. A receita da boa saúde de pequenos e adultos realmente é o equilíbrio.