Existem no mundo mais de um bilhão de pessoas com deficiência, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). São cidadãos com algum tipo de deficiência visual, motora, auditiva, mental, cerebral ou intelectual. Algumas pessoas têm múltiplas deficiências. O maior desafio que existe é criar condições reais para que essas pessoas sejam incluídas de fato em todos os espaços, sejam públicos ou privados. O mês de dezembro nos traz essa responsabilidade, já que celebramos o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3/12), instituído pela própria ONU, em 1992.
Essa data tem como objetivo a conscientização sobre os direitos da pessoa com deficiência. Quando falamos em direito, estamos falando em acesso à saúde, à educação, ao lazer, incusão no mercado de trabalho… estamos falando de termos ambientes preparados para receber as pessoas com deficiência, como locais com rampas, calçadas decentes, transportes públicos preparados para acolher cadeirantes … estamos falando de eventos com interpretação de libras para pessoas com deficiência auditiva, filmes com descrição de imagem para pessoas com deficiência visual… São muitos os desafios!
O mundo está mais atento a essas questões, mas ainda é preciso evoluir. E cada um pode fazer a sua parte. Cabe aos governos e órgãos públicos investir em políticas de acessibilidade e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência. Cabe ao setor privado estar atento a este público e oferecer condições para que todos e todas sejam incluídos.
Campanhas para gerar conscientização também são fundamentais. Um dos problemas a serem superados é o capacitismo, preconceito contra pessoas com deficiência. São falas e ações que oprimem ou excluem as pessoas com deficiência do ambiente social.
Muitas pessoas, até mesmo pela falta de conhecimento, acabam tendo comportamentos e reproduzindo frases capacitistas. Veja alguns exemplos de frases para você tirar do seu vocabulário:
“Fingir demência”
“Dar uma de João sem braço”
“Dar uma mancada”
“Está cego/surdo?”
“Estou cego de raiva”
“Mais perdido que cego em tiroteio”
“Para de ser retardado”
“Mudinho/ceguinho”
“Nossa, você é mais rápido que eu (referindo-se a uma pessoa cega, por exemplo)”
“Será que seus filhos vão nascer normais?”
Se referir à deficiência de uma pessoa para diminuí-la ou torná-la heroína é capacitismo. Subestimar as pessoas com deficiência, não acreditando na sua capacidade de concluir atividades é uma atitude capacitista. O mesmo acontece com a supervalorização quando elas realizam alguma atividade comum do cotidiano com autonomia.
Pessoas com deficiência querem ser tratadas com equidade e respeito. Vamos cuidar das nossas atitudes!
Literatura
A Colli Books Editora trabalha na construção de um mundo mais acessível e inclusivo. Eu lancei recentemente dois novos livros infantis com essa temática: \”Cadeira de Nayara\” e \”Como música para os ouvidos\”. Enquanto o primeiro aborda a inclusão de uma cadeirante em ambiente escolar, o segundo fala do autismo de maneira acessível e cativante. As duas publicações têm o objetivo de promover a compreensão de experiências de vida diversas e fomentar a empatia entre jovens leitores.
\”Como música para os ouvidos\” explora o tema do autismo para crianças, utilizando a música como recurso para criar uma narrativa envolvente e promover a compreensão da importância da aceitação e da empatia diante das diferenças.
A obra \”A Cadeira de Nayara\”, por sua vez, celebra a jornada de uma cadeirante que ingressa em um ambiente escolar, destacando as maneiras pelas quais essa experiência pode impactar vidas e enriquecer a comunidade.
Ao trabalhar a literatura como uma possibilidade de inclusão, as crianças se preparam para lidar com a diversidade e a aceitação.