A professora vencedora do Global Teacher Prize, considerado o Prêmio Nobel da Educação, trabalha em uma das regiões mais remotas do mundo, acessível somente por via aérea. Maggie McDonnell vive e trabalha em Salluit, uma aldeia indígena esquimó em uma região do Ártico canadense, em uma comunidade de apenas 1.300 pessoas.
Não há estradas para chegar ao lugar e, no inverno, as temperaturas podem chegar a -25º C. Por causa das condições severas, há elevada rotação de professores, o que é um obstáculo para a educação no Ártico. Muitos educadores deixam seu posto no meio do ano, e muitos são licenciados por estresse.
Acostumada a situação de isolamento, Maggie, que cresceu na zona rural da província canadense de Nova Escócia, depois de concluir o bacharelado, trabalhou por cinco anos como voluntária na África Subsaariana, no campo da prevenção de doenças contagiosas. Depois de concluir seu mestrado, voltou-se ao trabalho com indígenas do Canadá, enfrentando problemas de drogas, álcool e o grande índice de suicídio.
Maggie trabalha atividades pedagógicas e psicopedagógicas com muito cuidado, objetivando motivar o retorno dos jovens, já tão sofridos, à escola.
A população local enfrenta um quadro de destruição ambiental e uma grande desigualdade econômica. As taxas de abandono escolar também são altas, com muitas crianças deixando a escola ao longo do ano letivo ou pedindo licenças. Também há muitos casos de gravidez na adolescência e abuso sexual.
A premiação é uma das maiores do planeta, destaca a importância da profissão de educador e simboliza o fato de que professores em todo o mundo merecem ser reconhecidos e celebrados. O vencedor ganha um prêmio no valor de US$ 1 milhão.
O brasileiro Wemerson da Silva Nogueira, de 26 anos, ficou entre os 10 finalistas da iniciativa. Ele foi indicado para o prêmio, porque desenvolveu uma estratégia para resgatar estudantes envolvidos com a criminalidade e reduzir o abandono escolar uma escola municipal na cidade de Nova Venécia, no Espírito Santo. O educador criou um pequeno laboratório para aulas práticas e em três anos, conseguiu transformá-la em uma das melhores escolas do município.
De 2011 a 2015, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da instituição foi de 4,8 a 5,2, acima da média estipulada para 2015, que era de 4,4.
Ele conseguiu excelentes resultados ensinando a tabela periódica por meio de canções e criou um aplicativo para dar aula de química de maneira lúdica aos estudantes – que premiou a escola na qual lecionava com um pequeno laboratório de pesquisas.
Seu projeto principal, lhe rendeu o título de Educador do Ano em 2016. Ele e os alunos de uma escola estadual de Boa Esperança, no Espírito Santo, construíram um filtro à base de areia que, por meio de um processo de oxidação, retira da água grande quantidade de manganês e ferro – substâncias responsáveis por contaminar o Rio Doce após o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais.
Atualmente, o filtro é usado por cerca de 200 pessoas, que reutilizam a água para uso doméstico, em Regência, no Espírito Santo.
Maggie McDonnell, venceu a disputa e levou o prêmio, mas pelo fato de estar entre os 10 melhores do mundo, sendo professor no Brasil, um país onde o educador é mal pago, desrespeitado por alunos, trabalha sem suporte material e pessoal, este jovem capixaba foi o vencedor.
Um herói preparador de novos heróis. Orgulho nacional. Segundo Wemerson, a Educação tem de ir para “além dos muros da escola”.