O rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, é mais um crime ambiental a entrar para a história do país. O número de vítimas fatais não para de subir. Sofremos com as imagens chocantes, resgates emocionantes, pedidos de socorro dos que ainda lutam pela vida. No país inteiro, surge uma onda de solidariedade para ajudar sobreviventes e desabrigados. Mas até quando vamos derramar lágrimas de lama? É tão difícil aprender com os erros?
Memória de Mariana
Há três anos, choramos as vítimas do vazamento da barragem de Mariana, também uma cidade mineira. As duas, barragens da mineradora Vale. No caso de Brumadinho, as causas ainda estão sendo apuradas e é precipitado apontar os culpados, mas a sociedade cobra rigor na investigação.
A Justiça de Minas Gerais bloqueou R$ 5 bilhões da Vale com intuito de garantir recursos para medidas emergenciais e a reparação de danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem. A natureza, no entanto, já foi afetada. O rio Paraopeba está marrom devido à presença da lama de rejeitos que desceu o córrego do Feijão e chegou ao manancial. Troncos de galhos e peixes mortos também boiam sob o leito.
Em visita ao local, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou neste sábado, que os órgãos de investigação estão trabalhando na busca dos responsáveis pela tragédia. Ela defendeu mudar os protocolos que atestam a segurança das barragens de rejeitos de mineração.
\”Minas Gerais tem quase 700 barragens que estão classificadas em razão do risco de rompimento e é preciso garantir que esse risco seja realmente baixo e que essas informações sejam confiáveis\”, afirmou.
Rigor nas investigações
O que nos resta é rezar pelas vítimas, prestar solidariedade aos seus familiares, ajudar os sobreviventes e cobrar a punição dos responsáveis. É preciso identificar os erros de Brumadinho para que não se repitam. É urgente e necessário trabalhar políticas de prevenção.
fotos: Google