Primeiro, vamos entender o que é cidadania
Cidadania é um conceito que se refere aos direitos e deveres civis, políticos e sociais de uma pessoa à comunidade de um país, assegurados ao cidadão pela Constituição Federal.
A escola, ambiente de aprendizado considerada agente de controle social, deve desempenhar um papel significativo na construção de uma geração consciente desse papel e da sua importância dentro da sociedade.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o suporte mais importante para a relevância da cidadania dos nossos alunos.
Por que ensinar cidadania na escola?
Porque a escola é um agente importante na construção do caráter ético e moral levando crianças e jovens a enxergar com mais clareza como acontecem as relações humanas e como funcionam as instituições.
Com o apoio dos professores, os estudantes são levados a refletir sobre cidadania, desenvolvendo valores e hábitos que podem aprimorar tanto o nível de conhecimento intelectual, quanto as habilidades socioemociais.
Cuidar da natureza e do meio ambiente, ensinar os impactos negativos que a falta de higiene pode acarretar à própria qualidade de vida, a importância da manutenção da saúde, o poder da empatia na comunicação, administrar os conflitos com sabedoria e solidariedade são tópicos importantes para que haja harmonia coletiva, permitindo que pensamentos incompatíveis sejam encarados como complementares e a democracia seja fortalecida.
Como ensinar cidadania na escola?
Apresente figuras públicas que contribuem com a sociedade. Refletir sobre a história e estimular a reflexão sobre nomes que tiveram um grande impacto na vida dos cidadãos é uma boa opção para uma roda de conversas e interações, promovendo um debate entre os estudantes que possibilite a cada um dividir as suas percepções sobre o assunto.
Incentive os alunos a participarem de projetos de serviços sociais
Em um momento no qual a sociedade passa por tantos desafios, falar sobre a ajuda aos necessitados pode fazer toda a diferença.
E pode começar por uma ação simples, mas com grande impacto, que consiste em reorganizar o próprio guarda-roupa e separar peças que podem ser direcionadas para a doação. Assim, o aluno pode ter uma experiência prática de compreensão sobre desapego e ajuda humanitária. Lembrando que a nossa doação precisa causar alegria e portanto, é importante que as roupas estejam limpas e organizadas.
Envolva a turma na criação de regras para a sala de aula
As votações e os debates sobre normas e regras são parte importante da cidadania. Por isso, o ambiente escolar pode ser aproveitado com muita naturalidade para estabelecer alguns critérios que permitam o bom convívio entre pessoas tão diferentes, com interesses comuns.
Neste contexto, o professor deve atuar como um grande facilitador para a reflexão dos cidadãos, mediando conflitos e auxiliando de forma ativa na busca pelos caminhos que respeitem a todos.
Debates são saudáveis e fazem parte tanto da rotina escolar, quanto da vida profissional.
Incentive a realização de ações relacionadas à sustentabilidade
O lixo é uma grande preocupação do mundo. No Brasil foi produzido em 2022, 81,8 milhões de toneladas de lixo e é uma boa ideia começar por aí: levar o aluno a refletir sobre a importância da separação e a reciclagem desses materiais. Mais que reflexão, incentivar o jovem a colaborar em casa com a coleta seletiva do lixo e até coordenar as compras trazendo para consumo produtos que tenham um volume reduzido de plásticos (por exemplo), pode fazer a diferença.
A cidadania se conecta com os cuidados que precisam ser dispensados ao meio ambiente e com a preservação dos recursos não renováveis. É, portanto, um dever de todos.
Crie um calendário de debates, com assuntos diversos
Segundo Paulo Freire, a educação não pode simplesmente ser despejada na cabeça dos alunos. Ele defendia que o ensino deve ser baseado no diálogo, em que professor e estudante constroem o conhecimento em conjunto. Para tal feito, o educador do futuro deve trabalhar a criatividade como uma importante habilidade de conexão com a cidadania, fazendo uso de uma pedagogia inclusiva, promovendo debates de tópicos ou assuntos importantes para a formação de alunos mais articulados, preparados para defender suas ideias e dispostos a explorar atividades que permitam uma vivência mais completa do ambiente escolar.
Paulo Freire dizia que “a educação não é a chave para a transformação, mas é indispensável. A educação sozinha não faz, mas sem ela também não é feita a cidadania” (FREIRE, 1995, p. 74).
Completo afirmando que precisamos de mentes criativas e inovadoras para lidar com os desafios da sociedade.
